terça-feira, 9 de setembro de 2014

Aula Campo de Geomorfologia e Pedologia- Chapada dos Veadeiros


Texto: Flávio Alves de Sousa

Imagens: Edna Almeida


Foto 1. Turma do curso de Geografia – 3º e 4º anos.

A aula teve como objetivo mostrar na prática como são os processos geomorfológicos e quais os resultados da ação dos fatores internos e externos do planeta na configuração do relevo terrestre.
A geomorfologia da região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros apresentar caráter suis generis em termos de fisionomia, onde é possível entender melhor o embate das forças tectônicas e climáticas na formação da paisagem.
Aproveitou-se ainda para mostrar a relação entre relevo e a formação dos solos, bem como para avaliar algumas características físicas do solo, através de experimentos de campo.


A Geomorfologia

A Geomorfologia do trajeto Alto Paraíso Colinas do Sul é constituída por relevo montanhoso a escarpado, com cristais onde predomina o quartzito por ser mais resistente aos processos degradacionais (intemperismo e transporte).
O conjunto do relevo tem origem em antigo rift intracratônico (formado no interior do continente), originado por forças tectônicas atuantes através da Astenosfera que fizeram divergir as placas tectônicas, surgindo em seu centro, uma grande depressão em forma de bacia sedimentar, que foi primeiramente invadida pelo mar e onde sedimentos de várias origens foram sendo depositados em camadas concordantes e discordantes por milhões de anos em diferentes ambientes de deposição, como o marinho e o flúvio-lacustre. A figura abaixo mostra a formação de um Rift -Valley.

RIFT -VALLEY = VALE DE FENDAS



Foto 2. A figura a seguir mostra um conjunto de serras formadas por erosão diferencial ao longo de milhões de anos. A estrutura em quartzito (mais resistente) permanece em destaque, enquanto sedimentos mais finos são transportados pela água das chuvas e pelos cursos d’água, formando um complexo de cristas e vales.


Foto 2.

Foto 3. Os sedimentos grosseiros e o clima de altitude com características subúmida favorecem a formação de fitofisionomia do cerrado com características rupestres de vegetação rala e arbustiva, devido à grande presença de sílica na composição dos solos. A vegetação por sua vez, apresenta fisiologia de Escleromorfismo oligotrófico, devido à baixa presença de bases trocáveis nos solos, e devido à pouca umidade dos mesmos na metade do ano.
Foto 3.

Foto 4. Visão do Canyon do Rio Preto. O rio escavou o relevo por milhares de anos, formando um imenso vale alongado, com paredões rochosos de até 200 m de altura. Nos paredões é possível ver a estratificação dos sedimentos por ocasião da deposição.


Foto 4

Foto 5. A formação rochosa e o grande número de falhas tectônicas na área, favorecem a formação de saltos belíssimos e de águas límpidas, como é o caso deste salto no Rio Preto, dentro dos limites do PNCV.


Foto 5.

Foto 6. Corredeiras em pavimentos quartzíticos.


Foto 6

Foto 7. Medindo a tensão do solo através de tensiômetro, que tem como função medir a resistência da adesão das moléculas de água nas partículas dos solos conforme a umidade do solo.


Foto 7

Foto 8. Observando algumas características físicas dos solos em campo:
Alguns testes preliminares são passíveis de serem realizados no campo, embora sem muita precisão, como pegajosidade, plasticidade, cor, textura, porosidade, presença de carbonatos e de manganês, entre outras.


Foto 8.


Foto 9. A melhor maneira de se conhecer a paisagem é aliando a teoria e a prática, para isso o geomorfólogo e o pedólogo devem sempre sair de seu gabinete, para em campo, conferir o pulsar da natureza da qual fazemos parte.


Foto 9.

Geografia é conhecimento científico, é cultura, é esporte é paixão.
Por: Flávio Alves de Sousa.

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